Na história de Santa Rita de Caldas, não há nenhum registro de descoberta de ouro, porém, foi através da estrada fixada na Carta Geográfica do Itinerário feito pelo Governador Luiz Diogo da Silva Lobo – 1764- ligando as duas cidades do ouro – Cabo Verde e Ouro Fino – que a atual região do município começou a ser desbravada.
No século XVIII o município de Santa Rita de Caldas não tinha minas de ouro para exploração, uma vez que predominavam em seu território as pastagens naturais, porém, com o esgotamento das minas auríferas de outras cidades do sul do estado, o povo da Capitania, que até então se preocupava com a comercialização do ouro, passou a interessar-se pelos campos de criar gado. Foi, portanto, na transição de sociedade de garimpeiros para a sociedade de pecuarista que se instalaram na região os primeiros colonizadores.
O primeiro povoador que se tem registro a instalar no município foi Veríssimo João de Carvalho, no local denominado “Gineta”, ali estabelecendo a primeira fazenda. O primeiro posseiro da região onde se encontra situado o pólo urbano da cidade foi o Alferes Antônio José Rodrigues, casado com Tereza Maria de Freitas, filha de Antônio Gomes de Freitas, fundador da vizinha cidade de Caldas. Os primeiros povoadores ficaram assim distribuídos no território de Santa Rita de Caldas: Alferes Antônio José Rodrigues, no local denominado São Bento, Veríssimo João de Carvalho, na fazenda Gineta, cadete Raimundo de Souza e Miranda Machado, no bairro Jaguarí, Antônio José da Costa e, posteriormente, Inácio Franco, capitão Bernardo José Simões, no Ribeirão Fundo e Manoel Joaquim de Oliveira, no Rio Pardo. Com a presença desses imigrantes e outros, tem início o crescimento do município. Então já no final de século XIX começou o ciclo agrícola que se caracterizou pelo aparecimento de cultura fixa, conseqüentemente em terras férteis.
O aparecimento do arraial primitivo a exemplo do que aconteceu com quase todas as cidades de Minas Gerais, desenvolveu-se em torno da primeira capela. Assim, foi em 1852 que os numerosos habitantes da região realizaram um importante movimento no sentido de criar uma nova localidade. Embora já houvesse no local uma pequena igreja dedicada a Santa Rita, resolveram os moradores do lugar oficializar a devoção a santa, dirigindo à cúria Diocesana de São Paulo, que por Provisão de 19 de maio de 1852, autorizou a criação e edificação da capela dedicada à mesma Santa Rita. Acompanhando o requerimento à Cúria, seguiram os comprovantes das doações feitas para a constituição do patrimônio.
Esse patrimônio compunha-se de 8 alqueires de terras, adquiridos para tal fim de Dª. Maria Inácia Batista.
O capitão Antônio Martins de Carvalho é considerado o fundador do lugar e seu principal benfeitor. Sob seu comando foi construída a Igreja de Santa Rita, mais tarde Matriz. Como se tratava de uma construção de relativa proporção a capela só ficou pronta em 1856.
Prosperando então o povoado, aumentou-se o número de casas ao redor da Igreja, já em 5 de outubro de 1860 era a capela de Santa Rita de Cássia do Rio Claro levada à categoria de curato.
Em 16 de outubro de 1861, Santa Rita de Caldas, ainda pertencente ao município de Caldas, começa sua vida civil, pois, nesse dia o Governo da Província, através da Lei 1.103, elevou a distrito de paz o lugarejo existente.
A criação da freguesia verificou-se em 22 de julho de 1868. A paróquia, entretanto, só foi canonicamente promovida três anos depois, mediante Provisão da autoria eclesiástica datada de 30 de janeiro de 1871. Por esta ocasião já contava o povoado com 60 casas.
O nome Santa Rita de Caldas, antecedeu outros nomes. O distrito de Santa Rita de Cássia do Rio Claro deve sua criação com a Lei provincial 1581 de 22 de julho de 1868. Em 11 de outubro de 1909 de acordo com a Lei Estadual nº 513 foi firmado o nome Santa Rita de Caldas. Em 10 de dezembro de 1943, a nova divisão administrativa judiciária do Estado publicada no jornal Minas Gerais deferia ao então criado município o nome de Mogitinga que durou oficialmente até o dia 31 de dezembro de 1943, quando o decreto lei 1058, criou definitivamente o município de Santa Rita de Caldas.
A criação do município foi fruto de muitos esforços que não foram medidos pela pequena população. Liderada pela Associação Amigos de Santa Rita, com a presença marcante do Sr. João Batista Filho (mais tarde, o primeiro Prefeito de Santa Rita) e do padre Alderigi Maria Torriani e o jornal circulante da época o “Avante”, que também foi de fundamental importância para as divulgações dos ideais emancipacionistas.
A atividade econômica do município aumentou, como não podia deixar de ser. A proximidade do estado de São Paulo, principalmente de suas cidades de maior influência no país da época: Campinas, Santos e Rio de Janeiro, capital do país, tomando-se por base a abertura de novas estradas de rodagem que atingiram a região, a sua indústria, comércio e lavoura fizeram com que surgissem novos horizontes para a sua expansão e progresso.
Até então, a população apresentava um crescimento vagaroso, que só foi acelerado com a emancipação administrativa.
Terra escolhida pelo saudoso Mons. Alderigi para demonstrar durante 50 anos de paroquiato toda sua fé e exemplo de amor a Deus e ao próximo. Falecido em 1977 Mons. Alderigi está sendo estudado pela Igreja Católica, através da abertura do processo da beatificação em 3 de fevereiro de 2001, como um provável santo brasileiro devido graças alcançadas por fiéis que garantem ter sido atendidos por intercessão de Mons. Alderigi.
O Santuário Arquidiocesano de Santa Rita de Caldas tem uma das preciosidades da fé mineira, um fac-símile (réplica idêntica) do verdadeiro corpo de Santa Rita de Cássia que se encontra na cidade de Cássia, na Itália, e uma relíquia ex-corpore de Santa Rita.
Milhares de fiéis de todo Brasil passam por Santa Rita de Caldas anualmente para pedir e agradecer graças alcançadas por intercessão de Mons. Alderigi e Santa Rita.